Sonia Braga, figurante de Hollywood estrela filme brazuca “Aquárius”
Aquarius”, filme figurante na Palma de Ouro, em Paris, é o segundo longa de ficção do cineasta Kleber Mendonça Filho, que explora com boa perícia as contradições da classe média brasileira, além dos mecanismos atávicos de dominação e convivência social.
Pode-se dizer que se trata de uma crônica poderosa desenha-se na tela a partir de um conflito básico: o pequeno e antigo prédio onde Clara (Sonia Braga) mora há décadas, onde viveu parte fundamental de sua história, na praia da Boa Viagem, foi inteiramente comprado por uma construtora, que se prepara para demoli-lo.
A personagem Clara, não vende seu apartamento. Resiste a todas as investidas: aumento da oferta monetária, tentativa de cooptação de seus filhos e, finalmente, a estratégia do incômodo, do assédio de violência crescente.
Em um apartamento vazio acima do seu, realizam uma “festa”, com muito barulho, mulheres, bebida, impedindo a única moradora de dormir. Tá achando pouco, em um outro dia, o prédio é invadido por evangélicos, que ali realizam um culto e ocupam as escadas e o estacionamento.
A ideia é pressionar Clara. Mas a personagem foi elaborada com bastante sofisticação, nuances, que o filme, fala de muitas outras coisas.
“Aquarius” é um filme rico em camadas, pode ser lido como uma crônica familiar e social do país. Quer se conheça ou não bem o Brasil, é possível enxergar as nuances das relações sociais entre patroas e empregadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário